Con(verso)!

Está onde estou.
Lado a lado.
Entre estilhaços ou turbulências,
emoções,
reticências,
alegrias!
Testemunho lavrado
de momentos felizes
ou chorados
registrados em atas.
Ampara,
dá colo,
alivia o choro,
descreve o que sinto,
acalma as águas
desse oceano revolto em mim.
Recolhe auroras,
cores do entardecer
que vem me surpreender.
Ouve as badaladas de meus ais.
Ouço vagar teu silêncio.
Silencio também.
É verso a me socorrer
se necessito dizer
o que entala,
o que cala,
o que impele a gritar.
Então ele fala
por mim.
Dá-me asas para voar,
corda para amordaçar
e abafar meu grito.
Infalível socorro
quando morro
e quando vivo.
Con(verso) com versos,
extravaso poemas.
Sem versos,
desconsolo.
Cego-me às belezas,
entrego-me às dores,
ao descompasso
desse mundo
sem uni(versos).