É a vida que se fissura nas mãos
entrelaçadas no tempo
e as nuvens que se desdobram,
são crepúsculos perdidos.
É o mundo rodopiando
na instabilidade dos polos,
no eu que geme
a perda de ser vida.
São os dedos calejados
Agasalhando as palavras,
são versos perdidos
nas entrelinhas dos vocábulos.
São as louquices dementes
com que se sorvem venenos terrenos
e os atos crentes dos descrentes
jazem, dissimulados.
É a vida, a humanidade, a morte
no amor transformado de gente.
É o ato de renascer
parindo-se no choro bravio do parto.
É o ciclo que recomeça:
o teu e o meu,
nas páginas do destino.
dez 28 2019