Arquivos de dezembro 2018

Nudez

Desnudar a alma é mostrar-se por inteira dissolvendo mistérios esquecendo a sensatez mesmo que pareça insano e assim recuperar a lucidez.

Vento

Veio na varanda um vento no rosto: quase velho quase novo. Nesta noite quase primavera de um quase inverno ameno quase frio quase sereno. Veio na varanda um vento que trouxe seu quase cheiro: ambrosia quase agridoce quase droga que me entorpece me agita e me sufoca.

Vida

Vivo como se amanhã fosse o dia da partida. Partida não de mim, mas das coisas sem raízes, fugidias, de chegadas e partidas, de encontros, despedidas, de dores e alegrias, de saudades desmedidas. Faço de mim uma grande via, uma via larga de idas e vidas.

Divagações

Pensamentos distantes, momentos de introspecção, olhos fitos. Pingos de orvalho caem e deslizam suavemente pela relva. Com a delicadeza dos ventos, folhas caem desnudando as árvores, como se deixassem à mostra uma alma nua sedenta de vida. Meu olhar acompanha o voo do pássaro, como bailarino a dançar entre as nuvens. Embriago-me com a beleza …

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Versos Alados

Quero palavras despidas e versos ao natural. Rimas não são exigidas, mas, se rimar, não faz mal. Quero a essência da poesia, não importa que seja dolorida, expressando agonia ou alegria, arte que não me deixa oprimida. E, na essência das palavras, quero liberdade e precisão, e que meus versos criem asas fazendo do poema …

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À Flor da Pele

Há por baixo da minha pele tantos caminhos insuspeitos, tatuagens sob a epiderme que traduzem meus desejos. Há na minha pele atalhos que nunca foram explorados. Nua, me exponho ao orvalho. Por que nunca os macularam? Por baixo da minha pele há um jardim permitido, um desejo que me impele e me inunda de fluidos. …

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Rabiscos

Posso jogar luzes ao vento e ver o mundo se colorir. Rabiscar meus sentimentos e ver um novo pensamento surgir. Quebrar barreiras virtuais e ir ao firmamento. Esquecer-me de medos reais, libertar-me em sentimentos, sentir meu corpo quente em noites tão geladas e deixar os dedos dormentes escrevendo por toda a madrugada. Derramar-me sobre papéis, …

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Coração

O coração guarda emoções que os olhos não escutam, que a boca emudece, que os ouvidos calam. O coração perdoa o que os olhos não veem. Escondem na boca a angústia das palavras. O coração perdoa o que os ouvidos sentem no sussurrar das palavras. O coração se expressa quando o amor nasce. O coração …

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Nostalgia

O silêncio o farfalhar das folhas o perfume das flores que desabrocham no pulsar do vento é melodia a embalar palavras na nostalgia assombreada da tarde.

Versos Nômades

De onde vêm os versos? Da mente conturbada, do coração inquieto, borbulhante, da emoção alada ou petrificante. Do inconsciente iceberg fincado em solo pedregoso, irremovível, viscoso. Os versos vêm do olhar atento, dos pensamentos repentinos, descuidados ou programados. Do tédio, do tormento, do silêncio contido ou do frenético lamento. Do riso desarvorado, do amor alucinado. …

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