Fico aqui e deixo o mundo para lá.
Estática, vejo-o rodar.
Livre, com a sensação de não estar.
Leve e a impressão de levitar.
Ser (im)pensante,
esquecida do instante,
Isolada do que não posso transformar.
Volto-me para mim.
Sou corpo no vácuo
despejado por alguma turbulência.
Não clamo por sobrevivência.
Não chego a ser pânico nem solidão.
O meio termo define meu padrão.
Hoje tiro os pés do chão.
Afasto-me do mundo,
dou meia volta,
driblo os solavancos,
os engodos,
a revolta.
Sou meu próprio piloto
a resgatar micropartículas de mim.
Que a física quântica,
o poder do pensamento
ou tudo o que nos conduz,
façam prevalecer suas leis,
sem distâncias ou anos-luz,
e acelerem a teoria do fim.
(Ou recomeço.)
mar 04 2021