Aparta-se dos sonhos.
Acomoda-se na angústia de ser quem não é.
Deixa que a fragilidade se expanda como quiser.
Não sabe como torná-los palpáveis.
O medo de parecer diferente,
destoar-se perante toda a gente
vivendo a mesmice peculiar do lugar
ganha a frente, imponente.
Entrega-se ao pleonasmo repetitivo de dias iguais.
Desiste dos sonhos.
Sonhar jamais!
Tranca-os em uma gaveta de medos.
Seus sonhos,
seus segredos,
seus enredos.
Há tanto dentro dela.
Palavras que jamais foram ouvidas
ditas no silêncio que gritava,
ao vento que passava
e parava para escutar.
Ao tempo que em veloz andança
abraçava a marcha lenta
dando tempo ao tempo
na esperança de mudança
da utopia em realidade.
Talvez um dia a gaveta se abra
(e venha à tona a verdade)
pelo acúmulo de sonhos guardados,
sufocando os medos,
revelando segredos
e os caminhos se esparjam
dando passagem aos enredos.
mar 04 2021