Tenho muitos rostos
dos quais possuí.
Difícil saber quem foi
aquele que eu quis.
Amanhã virá outro
e agora, não há ninguém.
Já não vejo mais esse rosto
que jaz perdido na multidão.
Talvez, misturou-se aos demais.
E neste cais
na completa escuridão,
já nem sei quem é.
O que mais me impressiona
é a quantidade de faces
perdidas,
impregnadas,
indivisivelmente,
inóspitas,
eu realmente quis.
nov 11 2018