Insana!

E ela renasce a cada fase da lua:
rouba-lhe o brilho
e lhe ofusca o luar,
percorre as estrelas seu insano olhar
e penetra o negro véu,
indo além do céu.
De seus lábios
um balbucio visceral
profetiza um tempo que jamais haverá igual.
De repente,
dança em estranho ritual
e a cada passo avança,
imaginando-se normal,
tomando para si cada pedaço do espaço
sem se importar com a plateia atônita,
que, aos poucos, se esvai,
se descompassa pelos cantos
a amaldiçoar a figura lacônica.
Gira em torno de si toda sensação
como em movimento de rotação.
Pensa em trazer os dias e as noites,
transladando cada estação.
Sinistra,
caminha com a lua
que some no céu
e ela na rua,
e, como miragem,
perde-se a imagem.
Deixa o cenário de ilusões e desenganos:
leva consigo a magia e o encanto.