Madrugada!

Sou mais a madrugada arredia,
que não é noite nem é dia.
É orvalho e alvorada,
oração intercalada
no silêncio que prenuncia
o novo que virá.
Sou a madrugada interposta,
mediando o morrer da lua
e o nascer do sol
a deixar no ar um ar de o que será?
O abandono,
onde todos vestem sonhos
na espera do novo que virá.
Sou a madrugada sem atalhos
onde livres brincam os pensamentos
e a magia tece em colcha de retalhos
palavras colhidas do momento
em versos que se trombam,
emoções que se encontram,
ritual da paz.
É manhã que chega.
Madrugada que jaz.