Medidas!

O sempre é finito para se sonhar,
espaço ínfimo para poder voar,
o longe é perto para se alcançar:
razões que queiram me levar para lá.
O tempo é escasso para se perder
e reencontrar o que se quer achar.
As horas não vão avisar
se vou sorrir,
se vou chorar.
O muito é pouco para eu sentir
o quanto ainda deve estar por vir,
o tanto não sabe medir
a dimensão do amor
que cabe em mim.
Cada emoção revela,
por tabela,
se está ou não
se aproximando o fim.
Só um tempinho mais
para se escrever
em tempo recorde,
cores do entardecer.
É ano-luz que,
em segundos,
conduz o sol
que se prepara para morrer
sem intervalo para se recolher
palavras que possam descrever
a multidão de matizes
que a voz embarga,
o tempo que passa depressa
sem perceber meu olhar que divaga
e tanta beleza atravessa.