Súplica!

Impede-me!
Tira-me o chão,
o rumo,
a direção.
Corta minhas asas,
impede-me de voar!
Arrebata-me os sonhos,
meu direito de sonhar.
Veda-me os olhos:
“O que os olhos não veem,
o coração não sente.”
Mas pressente!
Lacra-me o sorriso.
Sorrirei com a alma,
com a mente.
Escreve meu destino,
registra-o
em teu pergaminho.
Cerca meus caminhos,
obstrui meu caminhar.
Excita-me a sede,
mostra-me a fonte a jorrar.
Aprisiona meus sentimentos,
em catarse virão me encontrar.
Cala meus pensamentos:
juntos não vão dispersar.
Sequestra minha identidade,
tudo o que há entre mim e mim.
Anuncia meu fim.
Contudo jamais roubarás
o amor que me faz assim.