Verbo!

Feres feito espada
cravada no peito.
Tu, verbo clandestino,
que sem pudores
revela o destino.
Maldito, bendito,
consciência do infinito.
Não deixas meu sono tranquilo:
apontas meus desencantos,
com teu verbo santo.
Tu, verbo da glória
e meu profundo grito.
Hemorragia de letras
espalhadas em meu ventre.
Tu, verbo imoral,
navalha da língua,
verso decisivo.
Eu, verbo
e não apenas substantivo.