De onde vêm os versos?
Da mente conturbada,
do coração inquieto,
borbulhante,
da emoção alada
ou petrificante.
Do inconsciente iceberg
fincado em solo pedregoso,
irremovível,
viscoso.
Os versos vêm
do olhar atento,
dos pensamentos repentinos,
descuidados
ou programados.
Do tédio,
do tormento,
do silêncio contido
ou do frenético lamento.
Do riso desarvorado,
do amor alucinado.
Os versos vêm como ondas do mar.
Ora avançam, ora recuam.
Mas não cessam de ancorar
nas areias firmes da mente
onde acabam por soçobrar.
dez 05 2018