Eclipse Humano!

O sol espia,
provoca,
inunda,
fecunda,
evoca,
alcança lá,
acolá,
menos o aqui.
Não há como alcançar:
nem mesmo um raio
consegue vir até cá.
O girassol se mostra,
aposta
na manhã,
no dia que será.
Sob comandos solares,
põe à prova
sua liberdade
e se prostra nos lugares
a girar.
Coração carente,
irreverente,
não vibra.
Triste,
se equilibra,
resiste,
faz sombra
e a luz desiste de entrar.
O sol lampeja
raios de vitória,
sorri por se alastrar,
coroa-se de aurora:
cores dançam em desagravo
ao eclipse humano,
ao inconsequente
ato desumano.