No peito,
marcas que tento apagar.
Na alma,
vincados os sonhos
que ainda restam.
Nos olhos,
misto de fim e começo.
No coração,
batidas descompassadas,
que, aos avessos,
prenunciam vida
e recomeço.
Novo endereço!
Na mala,
vastas e ricas experiências.
Recair nos mesmos erros?
Reticências.
É preciso tentar,
dar a cara à tapa,
viver o novo, talvez.
Desconcertante etapa:
rasgar fotografias amareladas
que fazem sofrer
e não levam a nada.
Abrir cortinas e janelas,
deixar o sol entrar,
inundar,
mesmo que por uma fresta.
Que festa!
Ver lá fora a esperança voltando
e o amor
timidamente bater à porta.
Vou abri-la.
O resto não importa.
Recomeço.
nov 04 2022