Labirinto!

Rastreio passos
por caminhos que perdi.
Procuro inversos
entre os versos que reli.
Busco a essência infiltrada na raiz
e a palavra sacrossanta que bendiz.
Percorro livros que clareiem minha mente
sem encontrar conteúdo convincente.
Se me aproximo da verdade,
ela se esconde.
Então me afasto sem saber:
ir para onde?
Abro horizontes
e não sei qual seguir.
Construo pontes
com o intuito de unir.
Se as transpasso,
ultrapasso o meu espaço
e vou além de onde precisava ir.
Recorro à Freud
que explode o pensamento,
que não explica,
apenas replica meus argumentos.
De meu rosário descontei todas as contas
e até meu credo anda descrente de mim.
Já não sei quem sou,
como sou,
se sou.
Inerte,
estou perdida em um labirinto
pintado em minha mente.
Triste mente,
triste coração que grita
a confusão que sinto:
sou um labirinto e só.