Diáfana era aquela luz.
Lembrava vida,
que em teu ventre havia.
Mãe, mulher, Maria!
Cristalizaram-se as águas,
Puras, límpidas, pacatas.
De imenso brilho a manhã surgia.
Essência de amor personificada
exalando aroma intenso,
de incenso, de alvorada.
A paz sacramentou o mundo,
momento sagrado, fecundo.
Em uníssonos, sons pianíssimos,
cânticos e hinos, apaziguadores,
vindos do âmago, oravam louvores.
Unificaram-se os matizes,
berços das cores, dos esplendores
e toda beleza resplandeceu o ar,
colorindo todos os cantos de encantos,
nuances suaves a divagar, testemunhar,
invadindo espaços etéreos, surreais.
Encontro inusitado de sentimentos,
unidos pela aura branda do vento.
Os mais nobres e delicados.
Os mais discretos e cordatos.
Os mais sublimes e abençoados.
De auréolas divinas, coroados.
Mãe, ousei descrever o teu retrato.
maio 09 2020