Subentendido!

Não explico a ausência.
Deixo rastros de resiliência
em sonoro silêncio
a ecoar de mim.
Disfarço minha tristeza
e grito em versos ritmados
cada linha que traço.
Não proclamo o amor.
Está explícito no que faço
e se não faço,
não há.
Não aponto caminhos.
A cada um cabe o seu.
Toda escolha, um dia,
leva ao mesmo encontro.
Não exacerbo o certo
nem restrinjo o errado.
As duas medidas pesam
em diferentes balanças
e a cada uma o seu conceito:
vale deixar subentendido
o que ainda pode ser feito.
Não dito regras nem as formulo.
Cada coração rege seu rumo
e à razão é dado o veredicto final.
Consequência é resultado de toda ação.
Só sei que nada sei
e o não saber
subentende-se:
explora o que não há.
Não apregoo a alegria,
nem descrevo o meu pranto.
Dissimulo a beleza
da poesia dos cantos.
Minh’alma procura mostrar ou
subentende-se em meu olhar.