Vagando!

Sem planos,
investindo nos sonhos,
apostando na sorte
e na sensibilidade
que excita a pele
e aos devaneios impele.
Vou seguindo por aí,
buscando o que me abastece.
Sem rumo,
sem norte,
sem pensar no amanhã,
no mais tarde.
Vou levando meu barco
para o lado que me aprouver,
do jeito que me convier.
Destino de um bardo
enfrentando marés,
desafiando dilúvios
com bravura,
sem alarde.
A sofreguidão me invade
em noites de lua cheia
sob o luar que prateia.
No início das manhãs,
oferendas louçãs
trazem o silêncio sagrado:
momento tão esperado
para a alma de um menestrel
que louva,
enaltece,
faz prece,
olha para o céu
e agradece.