Categoria: Poesias

Divagações!

Vivo? Resisto. Já vivi antes dos vendavais, sob brancas nuvens clareando meus quintais. Agora sobrevivo. Após a devastação de sentimentos e raízes plantados dentro de mim, do extermínio de flores e matizes, essências a compor meu ar, agora rarefeito, fincando marcas indeléveis do mau tempo em meu peito. Hoje simplesmente existo. Ou inexisto?

Eclipse Humano!

O sol espia, provoca, inunda, fecunda, evoca, alcança lá, acolá, menos o aqui. Não há como alcançar: nem mesmo um raio consegue vir até cá. O girassol se mostra, aposta na manhã, no dia que será. Sob comandos solares, põe à prova sua liberdade e se prostra nos lugares a girar. Coração carente, irreverente, não …

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Tempo!

E a vida devagar tolhe devaneios parcos, poucos, sonhos enroscados, perdidos, afoitos, famintos de querer ficar. Ocultos em oposição ao vento pedem por socorro clamam abraços de um poeta louco a não se dar conta de que o tempo é pouco para investir tanta emoção e se emaranha nesse espaço roto, por contradição, nessa trajetória …

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Pensamento!

O pensamento segue o comando da mente livre para o guiar. Livre para voar e virar: virar flor, virar cor, virar alegria. Permeia os versos, vira poesia, vira pássaro, alça voo, vira lenda ou magia, vira vida, pula a morte, vira o que não mais importe, vira o que queira virar. Depende da sorte ou …

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Espera!

A poesia espera a flor nascer no jardim, o beija-flor voltear a rosa vestindo carmim, em um beijo doce selar o amor que não tem fim. A poesia espera o beijo frio da estrela, o último por do sol, a próxima lua cheia, o eclipse total, a aurora boreal, e toda a beleza celeste. A …

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Fim de Tarde!

Fim de tarde, infinitamente tarde! Que faço do amor que não se finda com a tarde? Como a tarde dos sonhos que não se acabam, embrenhados na tarde que se vai, sem alarde. Sem piedade, sem aviso, ela sai e a nostalgia que fere, cai como fino punhal trazendo o final. Por toda parte o …

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Dancemos!

Dancemos. Esvoaçando no ar, voando sobre o mar, girando por todo lugar. Gravemos no ponto mais alto nossa história de amor. Dancemos. Enfrentando fronteiras sem luta ou rancor, levando nossa bandeira em ritmo de amor. Que a leveza da dança desfaça a dureza da dor. Dancemos. A dança dos cisnes. E antes que a água …

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Escrevo!

Desfaço pensamentos, dedilho-os. Organizo ideias, medito. Escrevo sentimentos. Dou sabor aos sentidos. Rascunho poemas, textos, deslizo palavras. Descrevo o amor, a dor, a alegria, a tristeza, a fé, a esperança. Abro portas, escancaro a alma, deixo janelas entreabertas: assim o feixe de luz penetra a vida, dando sentido ao caminho. Farol, candelabro. Traz o vento …

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Erotismo!

Erótica é a urgência da pele. O sussurrar dos poros, os sonhos, e a mistura de duas peles que se buscam. Erótica é a viagem dos sentidos, a nova maciez, o desenho reinventado, os esboços que se compreendem. É erótico o sentimento que se desprende e acorda. É erótico o deslumbramento do côncavo que agasalha …

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Sonho!

Procura andar onde o coração pede, onde seu passo insista em estar para que o sonho deslize a contento de seu imaginar. Espera o momento certo, aquele que avisa a hora de vestir a fantasia, o instante da transformação, da abstração para o concreto, da mente para a consumação. Invista no sonho: é combustível para …

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