Arte!

Arte

Caminho
o percurso de sempre.
Percorro o que não condiz com minha mente.
Um desassossego invade meu ser,
arrasta-me para ver o que ali não existe.
Sussurra-me aos ouvidos: ouça!
Paro,
mas a inquietude persiste.
A melodia insiste em ressoar
a trilha sonora que me persuade.
Uma força misteriosa me invade.
Rendo-me.
Deixo-me levar por ondas magnéticas
até onde o sonho permite.
E ele jamais impõe limite.
Minh’alma deixa aquele lugar.
Lá estou e não estou.
Sem impasse, encaro o desafio.
Reconheço-me na arte,
no que me impactou,
em toda a beleza que se esconde
na pura expressão de amor:
força movedora a segurar o tempo.
Arrebatada pelo mistério de sua magnitude,
vejo toda a plenitude de seu esplendor
e ainda me sinto faminta de vida interior.
Comparo.
Arte está imbuída na mística da fé.
Ambas ocupam o mesmo patamar.
Movem,
comovem,
removem.
E de lá volto ao mesmo lugar
onde me deixei levar,
meu cais,
com a grata sensação
de ter conhecido a paz.