Categoria: Poesias

Percalços!

Agora que já fomos tão longe, enfrentamos temporais, sufocamos nossos ais, amparamo-nos, um ao outro, nas derrocadas. Choramos, dançamos, demos gargalhadas, brigamos como todo casal normal. Amamo-nos e feito cúmplices, em segredo, guardamos em silêncio nossos momentos. Inesquecíveis momentos. Os mesmos que agora jogas para o ar esperando que o vento os venham dissipar. Agora …

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Espelho!

Que espere a emoção! Dê-me um tempo a inspiração. Rasa de sensibilidade, encontro-me com a verdade de cara lavada sem máscara ou vaidade frente ao espelho. Quem sou? Ele nunca revela. O lado que mostra é o que me prostra e o que todos veem. Retrato mal formulado, moldura sem essência: minha passiva armadura, defesa …

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Busca!

Busco o sonho guardado em uma esquina qualquer do tempo. Com um sopro, o faço reviver, após anos de cárcere privado, vindo agora me surpreender, realizando o desejo mais esperado. Traz o hoje, presente embalado pela essência do inesperado: a certeza do que se pode viver, descartando desperdícios de instantes fracionados e contados, mofados pelo …

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Sem direção!

Aponta-me um caminho: de pedras, de flores, de espinhos. Mostra-me a direção, uma pista, um traço, um vão. Devolve-me ao ninho, devastado pelas incertezas das convicções embusteiras, armadilhas traiçoeiras plantadas para depredar o espaço onde piso os pés andando ao revés sem nunca chegar. Ilumina a escuridão da sombra que anoitece meu itinerário: quero ver …

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Coragem!

Faz acontecer, vibra diante da vida lá fora, encoraja-te, vai embora, segue o ritmo das horas, emociona-te a cada instante, chora, ri, grita, bebe um espumante, celebra o release antecipado, canta a reviravolta do momento, pisa o reprise ultrapassado, vive o novo enredo sem revolta, sem volta, sem ai. Simplesmente, vai. Coragem!

Chegada!

Chegaste em um dia qualquer de uma certa estação. Sem aviso, sequer, nenhuma empolgação, como quem chega sem querer, dissimulando o querer ficar. Como um bem maior, um privilégio, presença indispensável, sortilégio, burlando o fuso horário, mudando o calendário, o itinerário, a hora, o fadário, senhor absoluto do tempo. Chegaste. Surpreendendo a manhã ao entregar …

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A Dor do Poeta!

Arranca, poeta, a dor dentro do peito, lembra-te de que, para tudo, há um jeito imbuído no lirismo ao encarar a vida. Sorve tuas palavras, prevalece teu dom: aquele que ousa ressuscitar a flor quando despetalada pelos campos. Mostra ao mundo do que és capaz. Chora tua dor em versos, registra-a no papel em branco, …

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Vagando!

Sem planos, investindo nos sonhos, apostando na sorte e na sensibilidade que excita a pele e aos devaneios impele. Vou seguindo por aí, buscando o que me abastece. Sem rumo, sem norte, sem pensar no amanhã, no mais tarde. Vou levando meu barco para o lado que me aprouver, do jeito que me convier. Destino …

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Não mais!

Não mais a inocência estampada, tatuada no rosto, no gosto, nos traços, nos passos da ingenuidade. Tenra idade, quando a verdade feito um baluarte sustentava a vida chamada Felicidade. Não mais a magia do encanto, do surpreendente rondando os cantos, do inesperado sendo realizado, da alegria em sorriso franco. Não se escrevia: via-se a poesia, …

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Sem Poesia!

Senhor, perdoa-me o despautério. Devolvo-te a inspiração. Sinto cometer um adultério, traindo a voz do coração. Meus versos perderam a alegria, caminham sisudos pela poesia. Meus lábios não dizem o que sinto, contradizem minhas palavras, meu olhar. Tento enaltecer o amor que, de tão raro, se codificou. Quero descrever o belo que perdeu o viço …

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